quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Wikilivros o que falta

Oba, o Planeta Wikimedia está de volta depois de alguns meses sem atualizar-se. Dessa vez não venho falar da Wikipédia (depois de certo tempo perde um pouco a graça chutar quem está caído...). Hoje vim falar sobre o Wikilivros. Tempos atrás discutíamos o que falta para a qualidade dele melhorar em curto e longo prazo. Antes de falar sobre os desafios futuros, começarei falando um pouco sobre os progressos alcançados este ano.

O Wikilivros tem no momento pouco mais de cinco mil módulos divididos entre cerca de 160 livros. Para ser sincero o número de módulos está inchado pelos módulos da Wikiversidade e do Livro de receitas e há uma grande concentração deles na área de informática.

Deixando os números de lado, esse ano houve um esforço para dar fim aos mínimos que também existiam no projeto. Conseguimos saltar de 1.800 k por módulo, o que já era mais que o tamanho médio dos verbetes da Wikipédia atualmente, para quase 2.000 k. A predefinição foi retirada do último deles em abril. Uma vitória.

Ainda no primeiro semestre também conseguimos ajustar nossa política de copyright. Mas apesar de tudo continuamos com poucos usuários ativos.

E então que caminho seguir para que em 2008 o Wikilivros se torne ainda melhor? Nenhum outro que não seja o da qualidade. Para começar, fica faltando a criação da Wikiversidade. Já houve uma votação e algumas discussões, mas não foi possível reunir apoio suficiente. Eu mesmo fui contrário. Em parte por se temer uma falta de usuários ativos, o que já ocorre em maior ou menor grau por toda a lusofonia wikimediana para além da Wikipédia (e talvez nela também). Em parte pela falta de conteúdo já existente. Agora, faz um ano que os projetos em inglês e alemão foram criados e já é possível ter uma idéia sobre a Wikiversidade. Depois da última discussão organizou-se e desenvolveu-se algum conteúdo no próprio Wikilivros. Acho que é chegada a hora de dar o próximo passo.

Mais qualidade pode vir também com mais usuários ativos. Eles poderiam ser atraídos por mais livros completos e vice-versa. Se há conteúdo, o Wikilivros aparece mais nas ferramentas de busca e aparecendo mais, mais pessoas se interessam pelo projeto. É um círculo virtuoso.
Outra maneira de se conseguir mais divulgação e mais usuários seria uma simples diferenciação visual. Convenhamos, para quem vê de fora os projetos da Wikimedia parecem todos iguais. Pouca gente consegue diferenciar cada um a pincípio. Os projetos da Wikimedia precisam sair da sombra da Wikipédia.

Mas enquanto esperamos algo nesse sentido podemos ir em busca de parcerias com empresas que estejam dispostas a distribuir nosso trabalho, como a OLPC e o plano
de incluir livros do Wikijúnior nos computadores de 100 dólares. Isso se os 150 mil computadores realmente saírem no Brasil no ano que vem. Se não, muita coisa é possível através da imprensa.

Uma pequena e persistente lacuna no caminho dos novatos é a falta de páginas de ajuda para começar a editar. A falta de páginas de ajuda e a dificuldade advinda daí dificulta a vida dos que querem ingressar no projeto, mas essa é a dificuldade mais fácil de sanar.

O Wikilivros tem grande potencial - mas qual projeto da Wikimedia não tem - para crescer no próximo ano. Resta continuar trabalhando para colher os frutos. Ah, sim! Já que estamos em época de anúncios, o processo de escolha do novo logotipo do Wikilivros foi iniciado. Os artistas estão convidados a participar.