terça-feira, 30 de outubro de 2007

Poderia ter sido... Um anônimo

Foi a gota d'água. Já é a terceira ou quarta vez que me confundem com outro. Já houve confusões por causa disso e já até atribuíram minhas idéias a outras pessoas. Tudo bem que quatro mil edições - não, não dava boas-vindas - e quase dois anos de contribuições não são grande coisa, mas nem só de Esplanadas se faz uma comunidade.

Se há uns que querem deixar de ser IP e passar a ser alguém, eu queria deixar de ser alguém e passar a ser um IP. Talvez assim atribuíssem meus comentários e idéias a mim e ainda viraria assunto em blog.

Para o pessoal do fair use, a imagem prometida antes:

Jardim em Quioto, Japão.
Autor: Fg2 Licença: Domínio Público

Pronto, agora pode ser destaque... Não tem nem link vermelho.

domingo, 21 de outubro de 2007

Como criar um troll

Tudo bem. A última onda de choque passou. Já veio até outra mais branda depois dela. Podemos descansar e voltar aos artigos [ou à Esplanada]... Mas até quando? Os últimos embates parecem ter sido vencidos mais uma vez pelo cansaço, mas até quando essa estratégia funcionará? E se da próxima vez - ah, sim, haverá uma próxima vez - vier alguém mais chato e mais insistente o que fazer? Estou falando da constante proliferação de trolls na Wikipédia lusófona.

Sua origem é uma só, a falta de habilidade da "comunidade" em lidar com pessoas [e não estou aqui falando de bloqueio...]. Senão, vejamos um exemplo:

Eis o indivíduo que acabou de fazer seu cadastro na Wikipédia e criou um verbete. "Mas ei", pensa a "comunidade". "Este verbete é propagandístico. Vai para o lixo", completa. Pobre coitado ninguém assumiu sua boa fé. Começa assim a sua penitência - e também a dos que gostam do silêncio... Não entende a votação: "Que é isso? Quem são esses todos que se uniram para apagar 'meu' verbete? É um compadrio de amigos, uma gang, uma panela. Não é livre este espaço?" Pede a explicação dos votos: "Querem que eu melhore o trabalho, melhorarei... Pronto! Melhorado!" Mas não adianta, o conteúdo é não só propagandístico como irrelevante só que esqueceram de avisar-lhe: "Mas o que é isso? Continuam a querer apagar meu trabalho. Corja, vou avisar a outros desse complô... Vou a instâncias superiores, vou clamar à comunidade contra as injustiças! ". Como todos estão acostumados ao barulho, não dão atenção ao caso. "A comunidade está com eles e contra mim. Mostrarei que há lixo pior que o meu e... Bloqueado??? Eu?" Depois do primeiro bloqueio - que nunca resolve nada -, já sabem a continuação. Eis em síntese a saga de um troll.

Os mais atentos já percebem o que estou a afirmar. É a "comunidade" que cria o troll! Certo, serei bonzinho e atribuirei 20% da culpa ao troll. Digamos que a maioria deles é de indivíduos perturbados, com complexo de perseguição, um enorme egocentrismo, muita teimosia e falta de simancol. Ainda assim, a maior parte da culpa fica por conta da "comunidade". Em um primeiro momento, os administradores, mas não só, dão à luz a essas personagens depois todos ajudam a criá-las.

Não estou aqui me colocando contra o trabalho administrativo, mas ele requer diálogo, habilidade que nem todos têm ou sequer tentam ter. Na Wikipédia lusófona, a base do diálogo é o bloqueio ou sua ameaça. Outra parte da culpa está no torpor permanente em que a "comunidade" está quanto a confusões, o tal ignore mode, ou os comentários sobre o clima. Essa atitude não ajuda em nada. Ignorar trolls não vai fazê-los pararem de vir.

Na verdade, não há maneira de impedir que indivíduos dessa índole se disponham a ajudar. O que se pode fazer é ter mais paciência com eles. Levar as normas de conduta a sério, isto é, segui-las antes de querer que os outros as sigam. Tentar impedir que o fogo fuja ao controle antes que seja tarde. Não é o caminho fácil do bloqueio - no final ele só aparenta ser fácil -, mas poupa muita dor de cabeça e tempo. Respondendo à pergunta inicial eu direi até quando: até o momento em que houver uma mudança na atitude da "comunidade" ou dos indivíduos que a compõem.