quinta-feira, 16 de julho de 2009

Endereço novo

A ideia era antiga, mas eu não tinha tempo para colocá-la em prática. O Blogger desde sempre não me agradou muito como serviço. É incompleto e muito abandonado por uma empresa que tem produtos demais. Daí havia o WordPress com muitos mais e melhores recursos e em código aberto (o que não significa muito para mim além do apoio moral).

A partir de agora, portanto, só estarei contribuindo com uma empresa que planeja conquistar o mundo usando o YouTube, o Books, o Maps, o Reader (por sinal, a melhor invenção deles), o buscador (claro!) e nada mais. Juro.

O endereço antigo vai continuar no ar (porque há vários resultados no Google para quem procura sobre o Wikilivros ou livros didáticos :D e porque eu tenho medo que o roubem. Nah! Mentira).

Só acho estranho, muito estranho (ninguém mais acha?), que o WordPress use o serviço de propaganda do Google, seu maior concorrente, para se manter. Alguém já viu disso por aí? Empresa que faz propaganda do concorrente?

Para os que não querem saber de nada disso de endereços novos, em seguida, voltaremos com a programação normal. O endereço novo agora é: http://cultivandoojardim.wordpress.com Obrigado pela paciência de ler até aqui.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Concorrência

Um elemento muitas vezes desconsiderado ao se analisar a popularização da Wikipédia é a concorrência, ou a falta dela. Não estou dizendo que não existissem enciclopédias e enciclopédias online, mas em sua maioria elas tinham, e continuam tendo, algum tipo de restrição ao conteúdo. Fosse que ele fosse pago, fosse que não pudesse ser copiado, não existia nada semelhante à Wikipédia. Não existia em inglês e menos ainda em outras línguas, inclusive o português.

Sob este ponto de vista, o da concorrência, o que vemos se analisamos os demais projetos da Wikimedia? Tentarei aqui me colocar no lugar de uma pessoa que não conhece os outros projetos mas busca algum tipo de informação que eles fornecem, como notícias, no caso do Wikinotícias, ou livros e poemas, no caso do Wikisource.

Me parece muito óbvio que o mais prejudicado em relação à concorrência é o Wikinotícias. A concorrência é muito grande para o projeto. Quem, do público em geral, preferiria deixar de utilizar sites da grande mídia, em teoria confiáveis, para passar a utilizar o Wikinotícias para se informar? A não ser que se queiram notícias alternativas, menos comuns nos grandes meios, mas mesmo para isso há sites especializados e já mais conhecidos como o Centro de Mídia Independente.

Ironicamente, o Wikinotícias também sofre concorrência da própria Wikipédia, e isso apesar de ser o único projeto da Wikimedia que tem uma ligação destacada para si na página principal da Wikipédia ("Veja mais no Wikinotícias"), e pelo seguinte: quando a grande mídia faz muito alarde de algum acontecimento, onde o público acha que a informação deve estar? No Wikinotícias? Não! Cria-se um verbete na Wikipédia.

Os argumentos favoráveis não importam, seja que a informação pode estar mais completa e por isso cabe na Wikipédia, seja que a notícia tornou-se histórica. O que acontece, como já vimos, várias vezes (por exemplo: o do voo Gol 1907 e a respectiva página de eliminação), é que as pessoas editam na Wikipédia e não no Wikinotícias.

Depois do Wikinotícias, o projeto que me parece mais prejudicado é o Wikisource. Supondo que alguém estivesse procurando textos de quem se lembraria? Muito provavelmente de outros projetos com a finalidade de reunir livros como o Project Gutenberg ou o Domínio Público que, por ser do governo, conta com divulgação "gratuita". Não importa também que alguns conteúdos deste último não estejam em domínio público e não possam ser livremente utilizáveis. Mas deixemos a discussão sobre as liberdades (no caso, a dos direitos autorais) e as vantagens das wikis para o final.

Já o Wikiquote e o Wikcionário sofrem o mesmo tipo de concorrência, a de páginas "sem marca", isto é, páginas que enumeram citações ou que dão a definição de palavras, apenas como subproduto da propaganda. Basta procurar citações por aí. Para os que leem, há vários dicionários de citações publicados e dicionários comuns online e impressos disponíveis por aí, mais completos - por enquanto - e mais confiáveis - em teoria - por serem tradicionais e terem autoridades por trás de si.

Sobre o Commons não sei se vale a pena falar, já que os usuário dele o fazem tão bem. Mas em resumo pode-se dizer que há muitos outros serviços de gerenciamento de imagens, que eles possuem interface mais amigável, são mais fáceis de utilizar e não possuem a limitação de carregamento de imagens com finalidade educacional (nem com direitos autorais...).

A Wikiversidade não tem concorrentes diretos, apenas as redes internas de algumas universidades que utilizam o Moodle, mas é muito nova e tem pouco conteúdo ainda. Além do mais, os professores parecem preferir, até agora, desenvolver projetos na Wikipédia e no Wikilivros.

E o Wikilivros? Não há, que eu saiba, em língua portuguesa, outros projetos que pretendam escrever livros didáticos, manuais e apostilas colaborativamente, nem que os disponibilizem na internet sob uma licença livre. Apesar de haver páginas que disponibilizem materiais didáticos, como a da Biblioteca Virtual do Estudante de Língua Portuguesa da USP. Mesmo assim, o Wikilivros também conta com a concorrência da própria Wikipédia. Se a informação está disponível mais facilmente na vizinha para que se dar ao trabalho? Tanto é assim, que muitos usuários novos querem copiar conteúdo da Wikipédia para o Wikilivros integralmente, sem modificações.

O que nós podemos fazer então? Quais são os nossos diferenciais?

Talvez sermos projetos wiki e disponibilizarmos nosso conteúdo sob licenças livres possam considerados diferenciais por quem vê os projetos de dentro, mas não acho que estas características sejam vistas assim pelo público em geral. A maioria das pessoas não está nem aí para direitos autorais, muito menos na internet, que no Brasil é considerada terra sem lei. E não acho que as vantagens de ser wiki sejam muito claras. Pelo contrário, claras são as desvantagens, como o vandalismo, que é o que mais chama a atenção quando se fala que "qualquer um pode editar" o conteúdo.

Pessoalmente, acho que para nos destacarmos da concorrência temos que cobrir o que a concorrência não cobre, ou fazer o mesmo que ela, mas de forma diferente, sempre com a qualidade em mente. Por exemplo, o Wikisource pode investir na tradução de obras inéditas em português ou disponibilizar a obra de autores menos conhecidos. Enquanto o Wikilivros pode apostar no didatismo e em conteúdos para os quais livros didáticos em português sejam inexistentes, como o ensino de sueco. É preciso procurar as brechas e ser criativo.

Vale lembrar, para terminar, que a própria Wikipédia lusófona sofre concorrência... Da Wikipédia anglófona! E quando é que ela se destaca? Quando o usuário não tem opção, isto é, nos assuntos lusófonos.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Apresentação

Já está no Commons a apresentação desta terça-feira passada do Helder sobre o Wikilivros no "Debate: Direitos autorais e educação".

Esta foi a primeira apresentação lusófona exclusivamente sobre um projeto da Wikimedia que não a Wikipédia e os resultados parecem ter sido muito bons, inclusive já com alguma repercussão na mídia.

Vídeos das apresentações estarão disponíveis na página Observatório da Educação. Quero ver a nossa!